Estima-se que entre 2015 e 2016 o nível de desempregados no
Brasil chegue ao patamar de 2 milhões de pessoas. Este não é um número recorde
de desemprego, mas, em dois anos, sim, são números recordes de escassez do
mercado de trabalho em tão pouco tempo. Isto significa que 10,5% da população
brasileira economicamente ativa estará desempregada. Se pensarmos que 3 a cada
10 destes desempregados são chefes exclusivos de família, ou seja, detentor da
única fonte de renda familiar, estimamos que 30 milhões de brasileiros venham a
enfrentar dificuldades financeiras até dezembro de 2016. Estamos falando de 15%
da população brasileira em dificuldades.
Afirmo com veemência que hoje, às vésperas de abril/2016,
você não conheça alguém próximo que enfrenta o desemprego e ou as dificuldades
financeiras do desemprego. É um efeito em cascata incontrolável. Se a economia
não anda bem, o emprego também não. Não existe setor neste momento que não
tenha sofrido a desaceleração. Todos os setores econômicos do país estão em
processo de recessão.
O efeito concomitante se dá pelo fato de coincidentemente
estarmos no auge da maior explosão da população com idade produtiva (o bônus
demográfico), no qual deparamos com uma enorme quantidade de jovens disponíveis
sem oferta de emprego. A nossa juventude está desempregada. A nossa juventude
está tecnicamente capacitada - devido a acessibilidade à escolas técnicas e
faculdades promovidos pelo governo nos últimos dez anos – e tecnicamente desempregada.
Capacitamos mas estamos momentaneamente impedidos de gerar empregos. Estamos
desperdiçando mão de obra. Também vivenciamos um momento doente de nossos
brasileiros: baixa auto estima, doenças de caráter emocional decorrentes do
baixo poder aquisitivo e da desaceleração contínua do consumo. Sim, os
brasileiros foram acostumados a consumir nos últimos anos. A sociedade
brasileira tornou-se escrava do consumo, do capitalismo.
Enquanto o país política e financeiramente tenta se
organizar, os brasileiros também precisam “se virar” pela sobrevivência. Os
profissionais altamente gabaritados para cargos de gerência / executivos, se esforçam
em investir alto em empresas de recolocação aonde a procura está infinitamente
superior a oferta. As empresas oportunistas também aproveitam para rebaixar o salario,
contribuindo para a queda de renda média mensal de cargos, e, consequentemente
a renda média mensal dos brasileiros, sentiremos isto lá na frente, quando este
furacão passar. O tempo de recolocação também aumentou em média 40%.
Aos demais profissionais, outras alternativas são cotadas.
A reengenharia e o poder de criatividade do brasileiro está salvando muitos
lares. As pessoas criam fontes indiretas de subsistência, somam parcerias,
inventam e reinventam produtos. Gerentes fazendo quentinha, técnicos ensinando
vocações particulares, assistentes administrativos executando serviços operacionais
e pesados. Enfim, níveis de ego e orgulho vão se quebrando, ou não..
A evasão de jovens para outros países também é grande.
Talvez essa seja uma ótima hora para quem tem alguma ou pouca economia:
investir em intercâmbio fora do país. Quem faz isto pode e deve se arriscar a também
trabalhar além de aprender uma outra língua. É uma alternativa altamente viável
para os jovens profissionalizados sem experiência.
Já aos demais, parceria e união serão fundamentais para a
sobrevivência na turbulência: reduzir alugueis, trocar 100 metros quadrados por
abas de 10 metros quadrados dividindo espaço e custos/despesas fixas com mais
empresas e pessoas (có working), trabalhando em casa, reduzindo o preço do
serviço, sim, reduzindo a margem de lucro, facilitando formas de pagamento,
criando flexibilidades, desfazendo bens,
desenriquecendo, enfim, descendo do salto.
Talvéz neste momento, o que levará os brasileiros a se
manter neste período será descer as escadas do ego e aumentar os degraus da
humildade.
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